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terça-feira, novembro 17, 2015

Ordens Militares


Tiago de Molay



Tiago de Molay [em francês: Jacques de Molay, Pronúncia: (ʒak də molɛ) Jak Demolé]. Molay, nasceu no Condado da Borgonha em, 1244 e faleceu em Paris, a 18 de Março de 1314, foi um nobre e militar, nascido em Molay, Haute-Saône, à época um vilarejo do Condado da Borgonha, e hoje em dia uma comuna francesa. Pertencia a uma família da pequena nobreza francesa, tendo sido cavaleiro e o último 'Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários'.


Nascido em Molay, comuna francesa atualmente localizada no departamento de Alto Sona, França, embora à época o vilarejo pertencesse ao Condado da Borgonha. Nasceu no ano de 1244, numa família da pequena nobreza francesa. Muito pouco se sabe sobre sua infância e adolescência.



Aos seus 21 anos de idade, como muitos filhos da nobreza europeia, de Molay entrou para a ‘Ordem dos Cavaleiros Templários’, organização sancionada pela ‘Igreja Católica Apostólica Romana’ para proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e Acre, sendo a última, à época, um importante porto no mar Mediterrâneo. A ‘Ordem dos Cavaleiros Templários’ participou das Cruzadas, e conquistou um nome de valor e heroísmo.


Nobres de toda a Europa enviavam seus filhos para serem Cavaleiros Templários, e isso fez com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em todo o continente europeu e Oriente Médio. Em 1298, Tiago de Molay foi nomeado Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários, uma posição de poder e prestígio. Assumiu o cargo após a morte de seu antecessor Teobaldo Gaudin. Como Grão-Mestre, Tiago passou por uma difícil posição, pois as cruzadas não estavam atingindo seus objectivos. O anticristianismo sarraceno derrotou as Cruzadas em Batalhas, capturando algumas cidades e portos vitais dos cavaleiros templários e dos hospitalários (outra ordem de cavalaria). Restaram apenas um único grupo do confronto contra os sarracenos. Os templários resolveram, então, se reorganizar e readquirir sua força. Viajaram para a ilha de Chipre, esperando que o público geral se levantasse em apoio à outra Cruzada. Em vez de apoio público, os cavaleiros atraíram a atenção dos poderosos senhores feudais, muito deles seus parentes, é que para se entrar, na ordem teria de se pertencer à nobreza. Em 1305, o Rei da França Filipe IV, o ‘Belo’ (r. 1285-1314) resolveu obter o controlo dos templários para impedir a ascensão da ordem no poder da Igreja Católica. O rei era ‘amigo’ de Tiago de Molay devido ao parentesco deles, o delfim Carlos, mais tarde Carlos IV (r. 1322-1328), era afilhado de Tiago. Mesmo sendo seu amigo, o Rei de França tentou juntar a Ordem dos Templários e a dos Hospitalários, pois sentiu que as duas formavam uma grande potência económica. Filipe IV sabia que a Ordem dos Templários possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza.


Sem obter o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se transformar em um líder absoluto, o então Rei de França armou um plano para acabar com a Ordem dos Templários, tendo chamado um nobre francês de nome Esquino de Floyran. O tal nobre teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu grão-mestre, e como recompensa receberia terras pertencentes aos templários logo após derrubá-los. O ano de 1307 viu o começo da perseguição aos cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15.000 homens, Tiago havia ido a França para o funeral dum membro feminino da realeza francesa e havia levado consigo poucos cavaleiros. Na madrugada de 13 de Outubro de 1307, ele e seus homens foram capturados e lançados nas masmorras por um homem de confiança do Rei Filipe IV, Guilherme de Nogaret.


O chamado "Pergaminho de Chinon" ao declarar que Clemente V pretendia absolver a Ordem das acusações de heresia, e que poderia ter dado eventualmente a absolvição ao último grão-mestre, Jacques de Molay, e aos demais cavaleiros, suscitou a reacção da monarquia francesa, de tal forma que obrigou o Papa Clemente V a uma discussão ambígua, sancionada em 1312, durante o Concílio de Vienne, pela Bula ‘Vox in excelso’, a qual declarava que o processo não havia comprovado a acusação de heresia, evidenciando, assim, que a queda histórica da Ordem deu-se por causa da perda dessa sua vontade e de razões de oportunismo político que a ultrapassaram.



O Concílio de Vienne foi o décimo-quinto concílio ecuménico da Igreja Católica, tendo-se reunido entre 16 de Outubro de 1311 e 6 de Maio de 1312 em Vienne, na França. Seu principal resultado foi o de retirar o apoio papal aos Cavaleiros Templários por estímulo do Rei da França, Filipe IV. No início do século XIV, o Rei Filipe IV da França necessitava urgentemente de dinheiro para continuar a sua guerra contra a Inglaterra e, por isso, ele acusou o Grão-mestre dos Templários, Jacques de Molay, de corrupção e heresia. Em 1307, Filipe mandou prender muitos dos cavaleiros franceses, acusados de heresias, e os fez torturar pelas autoridades francesas até que lhes arrancassem uma confissão. Esta acção o liberou da obrigação de pagar os empréstimos que tinha tomado dos Templários, além de permitir também que ele tomasse todos os activos da ordem na França. O Papa Clemente V estava sob o controle de Filipe. Um dos seus predecessores, Bonifácio VIII, tinha alegado sua supremacia sobre Filipe e tentou excomungá-lo quando ele discordou. Porém, Bonifácio foi sequestrado em Anagni por um grupo de cavaleiros sob o comando dos homens de Filipe. Embora ele tenha sido solto depois, o já envelhecido Bonifácio morreu logo em seguida. Seu sucessor, o Papa Bento XI, durou menos de um ano até ele também morreu, provavelmente envenenado por um agente de Filipe, Guillaume de Nogaret. O francês Clemente foi assim fortemente pressionado a seguir as ordens de Filipe. Embora os concílios ecuménicos da Igreja Católica sejam convocados pelo Papa, o concílio de Vienne foi, na realidade, convocado a pedido do Rei francês para desmontar os Templários nos demais países onde eles actuavam. O Papa Clemente V provocou o concílio emitindo duas Bulas, ‘Faciens misericordiam’ e ‘Regnans in coelis’, em agosto de 1308. O principal item na agenda do concílio não citava apenas a Ordem dos Cavaleiros Templários em si, mas também "suas terras", o que indicava que novos confiscos estavam previstos. Uma nota especial foi enviada aos Templários ordenando-os a enviarem defensores adequados para o concílio. O Grão-mestre Jacques de Molay e outros também foram obrigados a aparecer em pessoa. Porém, Molay já tinha sido preso em Paris e os julgamentos de outros templários já estavam em andamento. Esta questão atrasou a abertura do concílio, que finalmente se reuniu em 16 de outubro de 1311. A maioria dos cardeais e quase todos os membros da comissão eram da opinião que a Ordem dos Cavaleiros Templários deveria ter o direito de se defender e que nenhuma prova até então colectada era suficiente para condenar a ordem como um todo da heresia de que era acusada pelo ministro de Filipe sem que fosse necessário "torcer" a lei canónica. A discussão sobre a ordem foi então colocada em espera. Em fevereiro de 1312, enviados de Filipe IV negociaram com o Papa sem consultarem o concílio e Filipe realizou uma assembleia em Lyon para colocar ainda mais pressão sobre o pontífice e os membros do concílio. Em 20 de março, ele foi até Vienne pessoalmente. Clemente foi forçado a adoptar o expediente de reprimir a ordem, não por um método legal (de jure), mas sob o princípio de manter o bem-estar geral da Igreja e da ordem apostólica (per modum provisionis seu ordinationis apostolicae). O Papa então passou à comissão de cardeais para aprovação a bula que suprimiu os Templários, Vox in excelso (Voz dos céus), de 22 de março de 1312. Esta Bula foi aprovada pelo concílio em 3 de abril de 1312. As Bulas ‘Ad providam’, de 2 de maio, e ‘Nuper in concilio’, de 16 de maio, confiscaram todas as propriedades dos templários. O destino dos membros da ordem foi decidido na Bula ‘Considerantes’, de 6 de maio. Por fim, nas Bulas ‘Licet dudum’ de 18 de dezembro de 1312, ‘Dudum in generali concilio’ a 31 de dezembro de 1312 e ‘Licet pridem’ em 13 de janeiro de 1313, Clemente lidou com aspectos adicionais sobre as propriedades dos templários. 


Durante sete anos, Tiago de Molay e os cavaleiros aprisionados sofreram torturas e viveram em condições sub humanas. Enquanto isso, Filipe IV gerenciava as forças do papa Clemente V para condenar os templários. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e dadas a protecção de Filipe. Após três julgamentos, Tiago continuou sendo leal para com seus amigos e cavaleiros. Se recusou a revelar o local das riquezas da Ordem, e recusou-se a denunciar seus companheiros. Em 18 de março de 1314, foi levado à Corte Especial. Como evidências, a corte dependia de confissões forjadas, supostamente assinadas pelo Grão-Mestre. Desmentiu, então, as mesmas confissões. Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão era a morte.

          
A destruição da Ordem do Templo propiciou ao Rei francês não apenas os tesouros imensos da Ordem (que estabelecera o início do sistema bancário), mas também a eliminação do exército da Igreja, o que o tornava Senhor Rei absoluto, na França. DeMolay foi julgado pelo Papa Clemente V, e assim como Tiago de Molay, outro cavaleiro, Guy D'Auvergnuie, desmentiu sua confissão e ambos foram condenados. O Rei Filipe IV ordenou que ambos fossem queimados naquele mesmo dia. Durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do então Rei de França. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe da Guarda e o Conselheiro Real Guilherme de Nogaret e no dia 27 de Novembro de 1314 morreu o Rei Filipe IV com seus 46 anos de idade. Curiosamente, Luís XVI de França (executado em 1793) era um descendente de Felipe O Belo e de sua neta, Joana II de Navarra. Devido ao grande número de membros da Ordem, apenas uma parte dos cavaleiros foram aprisionados (a maioria franceses). Os cavaleiros de outras nacionalidades não foram aprisionados e isso possibilitou-lhes refugiarem-se em outros países. Segundo alguns historiadores, alguns cavaleiros foram para Portugal, usando seus navios.


Tiago de Molay assume o Grão-Mestrado da ordem em 1298, não se sabendo no entanto a data exacta da sua eleição. Será eleito em detrimento de outra figura de peso dentro da ordem, Hugo de Pairaud, sobrinho do visitador do templo em França.


No início do seu Grão-Mestrado é conhecido pela sua acção a favor de uma nova cruzada, desenvolvendo uma campanha diplomática na França, Catalunha, Inglaterra, nos Estados da Península Itálica e nos Estados Pontifícios. Esta campanha visou não só resolver problemas internos que a ordem tinha, como também problemas locais, sendo resolvidas diversas disputas entre a ordem e bispos e também no sentido de pressionar as coroas e a Igreja a uma nova cruzada.


Organiza a partir da ilha de Chipre ataques contra as costas [Egipto e síria para enfraquecer os mamelucos, providencia apoio logístico e armado ao Reino Arménio da Cilícia, e chega a intentar uma aliança com o Canato da Pérsia, sem resultados visíveis]. Outro assunto que será discutido durante o seu mestrado na ordem será o da fusão entre as duas maiores ordens militares, a do Templo e a do Hospital numa só. A Ordem do Templo com a perda de Acre começava a ser questionada quanto à razão da sua existência. As suas funções de proteger os peregrinos e de defender a Terra Santa tinham cessado quando se retiraram para a ilha de Chipre. Tiago de Molay, em maio de 1307, em Poitiers, junto do papa Clemente V conseguira apresentar uma defesa contra esta fusão e ela não se realiza. Na sexta-feira de 13 de Outubro de 1307, os templários no reino da França são presos em massa por ordem de Filipe IV, o belo, então rei de França. O Grão-Mestre Tiago de Molay é capturado em Paris. Imediatamente após a prisão, Guilherme de Nogaret proclama publicamente nos jardins do palácio real em Paris as acusações contra a ordem.


Esta manobra régia impedira o inquérito pontifício pedido pelo próprio Grão-Mestre, o qual interno à Igreja, discreto e desenvolvido com base no direito canónico, emendaria a ordem das suas faltas promovendo a sua reforma interna. A prisão, as torturas, as confissões do Grão-Mestre (DeMolay nunca confessou as acusações como menciona anteriormente), criam um conflito diplomático com a Santa Sé, sendo o papa o único com autoridade para efectuar esta acção. Depois de uma guerra diplomática face ao processo instaurado contra a ordem entre Filipe, o ‘Belo’ e Clemente V, chegam a um impasse, pois estando o Grão-Mestre e o Preceptor da Normandia, Godofredo de Charnay sob custódia dos agentes do Rei, estão no entanto protegidos pela imunidade sancionada pelo papa e absolvidos não podendo ser considerados heréticos.


Em 1314 o Rei pressiona, para uma decisão relativa, à sorte dos prisioneiros. Já num estado terminal da sua doença, com violentas hemorragias internas que o impedem de sair do leito, Clemente V ordena que uma comissão de bispos trate da questão. As suas ordens seriam a salvação dos prisioneiros ficando estes num regime de prisão perpétua sob custódia apostólica e assegurando ao Rei que a temida recuperação da ordem não será efectuada. Perante a comissão Tiago de Molay e Godofredo de Charnay proclamam a inocência de toda a Ordem face às acusações dirigidas a ela, a comissão para o processo e decide consultar a vontade do papa neste assunto.


Ao ver que o processo, estava ficando fora do seu controle, e estando a absolvição da ordem ainda pendente, Filipe IV, o belo, decide um golpe de mão para que a questão templária fosse terminada.



Ordena o rapto de Tiago de Molay e de Geoffrey de Charnay, então sob a custódia da comissão de Bispos, e ordena que sejam queimados numa fogueira na Île de la Cité, pouco depois das vésperas, em 18 de março de 1314. Com isso Tiago de Molay passou a ser conhecido como um símbolo de lealdade e companheirismo, pois preferiu morrer a entregar seus companheiros ou faltar com seu juramento. A destruição do arquivo central dos Templários (que estava na Ilha de Chipre) em 1571 pelos otomanos, tornou-se o principal motivo da pequena quantidade de informações disponíveis e da quantidade enorme de lendas e versões sobre a sua história. Além de possuir riquezas (ainda hoje procuradas) e uma enorme quantidade de terras na Europa, a Ordem dos Templários possuía uma grande esquadra.



Os cavaleiros, além de temidos guerreiros em terra, eram também exímios navegadores e utilizavam sua frota para deslocamentos e negócios com várias nações. O desaparecimento da esquadra é outro grande mistério. No dia seguinte ao aprisionamento dos cavaleiros franceses, toda a esquadra zarpou durante a noite, desaparecendo sem deixar registros. Por essa mesma data, o Rei Português Dom Dinis nomeava o primeiro Almirante português de que há memória, apesar de Portugal não ter armada, por outro lado, o Rei Dom Dinis evitava entregar os bens dos Templários à Igreja e consegue criar uma nova Ordem (de Cristo) com base na Ordem Templária, adoptando por símbolo uma adaptação da cruz orbicular Templária, levantando a dúvida de que planeava apoderar-se da armada Templária para o Reino de Portugal.


Ordem de Cristo



A Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo originalmente era uma ordem religiosa e militar, criada a 14 de Março de 1319 pela Bula Papal ‘Ad ea ex-quibus’ de João XXII, que, deste modo, acedia aos pedidos do Rei Dom Dinis. Recebeu o nome de Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo e foi herdeira das propriedades e privilégios da Ordem do Templo.


Em Maio desse mesmo ano, numa cerimónia solene que contou com a participação do Arcebispo de Évora, do Alferes-Mor do Reino Dom Afonso de Albuquerque e de outros membros da Cúria Régia, o Rei Dom Dinis ratificou, em Santarém, a criação da nova Ordem.


Foi-lhe concedida como sede o castelo de Castro Marim; mas em 1357 já a sede tinha sido instalada em Tomar, anterior sede templária.


Nos séculos XII e XIII, a Ordem dos Templários ajudou os portugueses nas batalhas contra os muçulmanos, recebendo como recompensa extensos domínios e poder político. Os castelos, igrejas e povoados prosperaram sob a sua protecção.



Em 1314, o papa Clemente V, de origem francesa, e Felipe IV de França, tentaram destruir completamente esta rica e poderosa ordem (assassínios, absorção de bens, atrocidades, que levariam Fernando Pessoa a afirmar a luta contínua contra a Tirania, a Ignorância e o Fanatismo, segundo ele, os três assassinos de Jacques de Molay, Grão Mestre da Ordem dos Templários), tendo Dom Dinis logrado transferir para a Ordem de Cristo as propriedades e privilégios dos Templários.


A Ordem de Cristo foi assim criada em Portugal como ‘Ordo Militiae Jesu Christo’ pela Bula ‘Ad ae exquibus’ de 15 de março de 1319 pelo papa João XXII, sendo Rei Dom Dinis, pouco depois da extinção da Ordem do Templo.


“Tratava-se de refundar a Ordem do Templo que anterior bula papal de Clemente V havia condenado à extinção”.

Diz a mesma obra:


“Em Portugal, os bens dos Templários ficaram ‘reservados’ por iniciativa do rei, transitando para a coroa entre 1309 e 1310, enquanto decorria o ‘processo’, não sem que o monarca rejeitasse o administrador nomeado por Clemente V (Estêvão de Lisboa). Esses mesmos bens passaram indemnes para a nova congregação em 26 de Novembro de 1319, sendo que o papa concedera a excepção aos reis de Castela e Leão, Aragão e Portugal, que se coligaram para contrariar a execução da medida que ordenava a sua transferência para a Ordem do Hospital”.


A nova Ordem surgia, assim como uma reforma dos Templários. Tudo mudou, para ficar mais ou menos na mesma. O hábito era o mesmo, a insígnia também, com uma ligeira alteração, e os bens, transmitidos pelo monarca, correspondiam aos bens templários. “Foi-lhe dada a regra cisterciense”, e continua;


“e nomeado mestre Dom Gil Martins, igualmente Mestre da Ordem de Avis, que adoptara a regra cisterciense, com a determinação de que os novos monges elegessem seu próprio mestre, depois da morte daquele. O Superior Espiritual da Ordem de Cristo era o Abade de Alcobaça”.



A 11 de junho de 1421, um ‘Capítulo Reunido em Tomar,’ adoptou como regra, da ‘Ordem de Cristo’ a da ‘Ordem de Calatrava’, o que resolvia quaisquer pendências de natureza espiritual e de obediência, mantendo-se na esfera da cavalaria.


O cargo de Mestre passara após 1417 a ser exercido por membros da Casa Real, que se passaram a nomear Administradores e Governadores por Nomeação Papal. O primeiro foi o Infante Dom Henrique.

“que a encaminhou para o que parecia ser sua ‘missão’ inicial, a de conquista da Ásia, através das viagens marítimas, que a própria ordem financiou”. 


A missão dos membros da Ordem de Cristo, tal como tinha acontecido na formação de Portugal com uma enorme influência da Ordem dos Templários (não esquecemos que a ordem foi formada no século XII, curiosamente é também neste século que circulam pela Europa as primeiras cartas do mítico Preste João das Índias). Vários autores afirmam que um dos primeiros nove Templários seria português com o nome de Arnaldo Rocha, e de outro cavaleiro chamado Gondomar, que poderá ser nativo de Portugal. por outro lado não subsistem dúvidas de que vários dos fundadores do Templo são da Borgonha, terra de origem do Conde Dom Henrique e com a qual Portugal manteve laços no decorrer dos séculos. Um dos factores que poderá explicar o desenvolvimento precoce da Ordem do Templo em Portugal relativamente a outro reinos europeus. Depois de nove anos durante os quais, segundo as crónica, os nove cavaleiros se mantiveram em Jerusalém, provavelmente a solidificar o seu projecto e a sua iniciação. Os Templários deverão ter chegado a Portugal em 1125 (três anos antes da sua oficialização pelo clero romano). Receberam as primeiras casas e propriedades na zona de Braga, em pleno Condado Portucalense. provavelmente no ano seguinte, recebem a doação da vila de Fonte Arcada, perto de Penafiel, da Rainha Dona Teresa, e mais dezassete doações de propriedades de membros da alta nobreza do Condado, entre os quais três Condes.




Há um documento de Dom Afonso Henriques, considerando-se irmão da Ordem. por outro lado, a Ordem do Templo aceitou instantaneamente o infante Dom Afonso como governador do Condado. Dom Gualdim Pais era o Grã-Mestre da Ordem em toda a Hispania com sede em Tomar, que se tinha convertido no mais importante santuário Templário na Hispania. Dom Gualdim Pais conheceu São Teotónio, o primeiro santo português. Este homem possuía grandes faculdades místicas, era amigo dos moçárabes e viajou para a Terra Santa. no geral, e exceptuando talvez o caso de Afonso III, estas boas relações seriam norma  até à extinção da Ordem, quando o Rei de Portugal Dom Dinis defende os Cavaleiros do Templo sem reservas. Gualdim terá entrado na 'Religião do Templo' por volta de 1144, sendo seu mestre provincial, ou Procurador da Ordem em Portugal, Dom Hugo Martinense. Ai permanece cinco anos, destingindo-se como Cavaleiro Templário em muitas batalhas, nomeadamente no cerco de Gaza. Voltando a Portugal, dpois de estar ao lado do Rei na conquista de Santarém e de Lisboa deparou-se com um problema com o Bispado português por questões de foros e regalias, em Santarém que tinha sida prometida por Dom Afonso I, aos Templários mas com o Bispo de Lisboa também a ter grandes interesses na região de Santarém, o Rei resolveu o problema, os Templários ficaram senhores da região de Ceras, tanto no temporal como no eclesiástico, e de uma igreja de Santarém (Santiago). todo o restante eclesiástico seria englobado na mitra de Lisboa como era do desejo do Bispo inglês. Muito poucos poderiam adivinhar que na altura deste acordo seria um marco para a história dos Templários e de Portugal. 



Na época, a vasta região (cerca de 400Km2) doada aos cavaleiros do Templo de Salomão era desabitada inóspita, uma zona de matos incultos. Seria nela, no entanto que nasceria a cidade Templária de Tomar que, no foro eclesiástico, desde o início e até ao século XVI, sempre dependeu em, exclusivo ao Papa. Com Gualdim Pais e Tomar, os Templários passaram a ser um estado dentro do estado. Não eram homens para trabalharem ao acaso. Nas inquirições de Dom Dinis, em 1317, Domingos Roussado, habitante da cidade de Tomar, afirma que antes da fundação daquela localidade:



“ (…), o mestre com os freires foram àquele lugar convém a saber onde agora está Santa Maria de Tomar e acharam que fora povoado de antigo (...) e então o dito mestre mandara lançar sortes (...) e lançadas três vezes caíra a sorte naquele monte onde agora se vê o castelo de Tomar e que então se acordaram que povoassem naquele monte (...)".


Os Templários desde a reunião dos dois condados o Condado Portucalense e o Condado Conimbricense que por ordem de Dom Afonso VI, só após a morte do último Conde Dom Sisnando David Senhor de Coimbra e de todas as terras que iam desde o rio Douro até ao rio Mondego, tendo a cordilheira da Serra da Estrela a Oeste é que os condados se união. Com a morte do Conde, Dom afonso VI entrega a chefia do condado a Dom Henrique que casou com a filha ilegítima Dona Teresa, do Imperador da Hispânia Dom Afonso VI foi-lhe dado como dote e com a condição de o defender, o novo Condado que ia desde o rio Minho até ao rio Mondego e a Oeste na fronteira de Trás os Montes e pelo rio Coa era o condado de Portucale. A reconquista para Sul para os Reis de Portugal será uma questão de fé, honra, prestigio e económica com Dom Afonso I de Portugal que conquista Santarém, Lisboa e seus domínios até Dom Afonso III que conquista o Reino do Algarve depois da conquista de Sevilha pelo Rei de Castela.



A Ordem dos Templários, estiveram sempre ao lado dos Reis de Portugal (no papel importante para Portugal se tornar independente e se tornar um reino na tomada de Santarém, na conquista da cidade de Lisboa e seu arredores, na 1ª tentativa de conquistar a importante cidade de Alcácer do Sal) e na conquista de um Império que sobreviveu durante 500 anos. A Ordem dos Templários e depois com o nome de Ordem de Cristo, a sua missão em terra tinha terminado com as fronteiras com Castela a ficarem com a configuração que tem actualmente (salvo algumas excepções).



Mas havia o Oceano e o norte de Africa com as suas riquezas tanto para a nobreza como para o clero e finalmente e se não o mais importante foi a burguesia que via com a conquista do norte de Africa um mercado rico e próspero.  A ordem de Cristo foi preparada para combater no mar o corso e o anti corso contra as forças muçulmanas que passavam do Mediterrânio para o Atlântico.



Dom Henrique, mandou construir, instalações para receber os navios, para a sua manutenção e ponto de partida para o norte de África. Mais tarde o Infante muda a Ordem para o Algarve que se tornaria o início por parte do Infante da descoberta da passagem para o Índico. A Ordem de Cristo foi o principal impulsionador para a descoberta das terras da Índia e logo depois no Continente Americano o Brasil. 


Os ideais da expansão cristã reacenderam-se no século XV quando seu Grão-Mestre, Infante Dom Henrique, investiu os rendimentos da Ordem na exploração marítima. O emblema da ordem, a Cruz da Ordem de Cristo, adornava as velas das caravelas que exploravam os mares desconhecidos.



O resultado disso é que em 1454 e 1456, através de Bulas, é concedido ou dada obrigação à Ordem de Cristo de estabelecer o direito espiritual sobre todas as terras descobertas, como territórios ‘nullius diocesis’, sendo sua Sede Diocesana a Igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar.


A organização interna consagrada desde os tempos de Dom Dinis (a de freires cavaleiros ou milites Christi) foi reformada sob Dom João III em 1529, passando a Ordem à estrita clausura. Mantiveram-se porém associadas à Ordem de Cristo “uma relação privilegiada com o mundo dos símbolos e ligações à produção poética dos chamados bucolistas, que reencenariam uma relação que já se intuíra, existir entre os Templários e a poesia trovadoresca”.


Em 1789, a Rainha Dona Maria I, reformou de novo a Ordem, mas esta continuou como Ordem Monástico-Militar. Fala-se que desde Dona Maria I, foi criado um Grupo Secreto da Ordem de Cristo com Militares, que até hoje ainda existem nas Forças Armadas Portuguesas, com sede na Capela da Nossa Senhora da Saúde e na Igreja da Memoria. Em 1789 a Ordem de Cristo foi secularizada, tornando-se uma ordem honorífica.


Mestres da Ordem

1º) Dom Gil Martins
(1319 –?)

2º) Dom João Lourenço
(? –?)

3º) Dom Martim Gonçalves Leitão
(? –?)

4º) Dom Estevão Gonçalves Leitão
(? –?)

5º) Dom Rodrigo Anes
(? –?)

6º) Dom Nuno Rodrigues Freire de Andrade
(? – 1373)

7º) Dom Lopo Dias de Sousa
(1373 – 1417, último Mestre religioso e canónico)

8º) Dom Nuno Rodrigues
(1417 – 1420)

9º) Dom Henrique de Portugal



(25 de Maio de 1420 até 13 de Novembro de 1460)

10º) Dom João, 2.º Duque de Beja



(1460 – 1472, 3.º Senhor da Covilhã, 2.º Senhor de Moura e 3.º Duque de Viseu)

11º) Dom Afonso V



(1472 – 28 de Agosto de 1481, Desde 1472, com a incorporação do Mestrado da Ordem na Coroa Portuguesa que o cargo de Mestre é desempenhado pelo Chefe de Estado Português).

Património Sob Tutela da Ordem

Castelo de Almourol


Castelo de Folgosinho


Castelo de Nisa


Castelo de Montalvão


Castelo de Mogadouro


Castelo de Penas Róias


Castelo de Penha Garcia


Castelo de Pombal


Castelo de Rosmaninhal


Castelo de Segura


Castelo de Soure


Castelo de Tomar


Castelo do Zêzere


Convento de Cristo


Torre de São Vicente de Belém
(A partir de fins de 1518, ou princípios de 1519)


Características da cruz da Ordem de Cristo. As serifas das extremidades das hastes da cruz da Ordem de Cristo formavam ângulo de 45 graus com a sua base, não importando o comprimento das hastes.


Ordem de Santiago



A Ordem Militar de Santiago, em Portugal Ordem Militar de Sant`Iago da Espada é uma ordem religiosa-militar de origem castelhano-leonesa, atualmente Ibérica instituída por Afonso VIII de Castela e aprovada pelo Papa Alexandre III, mediante una bula outorgada em 5 de Julho de 1175. Tornando-a assim uma ordem supranacional, directamente responsável perante o chefe máximo da Cristandade. Apesar disso, os primórdios da ordem são confusos, já que, antes de ser instituída formalmente por Afonso VIII, já o seu sobrinho-neto Fernando II de Leão lhes havia concedido a guarda da cidade de Cáceres, na Estremadura (a qual, no entanto, tiveram que abandonar por haver sido conquistada pelos muçulmanos). Os Cavaleiros de Santiago, chamados Santiaguistas ou Espatários (por ser o seu símbolo uma espada em forma crucífera – ou uma cruz de forma espatária, dependendo do ponto de vista), fizeram votos de pobreza e de obediência, mas, seguindo a regra de Santo Agostinho ao invés da de Cister, os seus membros não eram obrigados ao voto de castidade, e podiam como tal contrair matrimónio (alguns dos seus fundadores eram casados). No entanto, a bula papal recomendava (não obrigava) o celibato, e os estatutos da fundação da Ordem afirmavam, seguindo um princípio das cartas paulinas: "Em castidade conjugal, vivendo sem pecado, assemelham-se aos primeiros padres apostólicos, porque é melhor casar do que viver consumindo-se pelas paixões". Afonso VIII cedeu-lhes Uclés (em 1174), que se tornou a principal sede da ordem – donde, a designação usada nos primeiros tempos para a Ordem como Ordem de Uclés – e mais tarde Moya, Mira Osa, Montiel e Alfambra.



Os Espatários participaram na reconquista de Teruel e Castellón e combateram na batalha de Navas de Tolosa (1212). Os monarcas, primeiro de Leão, depois de Castela, concederam-lhe inúmeros privilégios, para além de lhe darem a posse de extensas regiões, com o intuito de as repovoar, na Andaluzia e em Múrcia. Durante o século XV, a ordem transferiu o seu campo de actuação para a Serra Morena, e os seus mestres tomaram como residência a povoação de Llerena (Badajoz), proporcionando um grande crescimento na região. Com o passar do tempo e o fim da Reconquista, a Ordem de Santiago viu-se implicada nas lutas internas de Castela. Ao mesmo tempo, devido aos seus inúmeros bens, teve que, por várias vezes, sustentar as pretensões da Coroa. Por outro lado, sendo o cargo de Grão-Mestre de tamanha importância, eram frequentes as lutas entre grandes famílias para alcançar essa dignidade. Devido a todos estes problemas, após a morte do Grão-Mestre Alonso de Cárdenas em 1493, os Reis Católicos pediram à Santa Sé que providenciasse uma forma de acabar com os problemas na administração da ordem, reservando para si mesmos o mestrado da ordem – medida que era ao mesmo tempo uma necessidade e uma recompensa pelos serviços prestados pelos reis de Castela e Aragão ao serviço da fé católica (em 1492 fora conquistado o último reduto muçulmano da Península Ibérica-Granada). Assim, por uma bula de 1493, o papa concedeu aquela dignidade aos Reis Católicos. Após a morte de Fernando, o Católico, tornou-se grão-mestre da Ordem Carlos I de Espanha; volvidos sete anos, em 1523, o Papa Adriano VI uniu para sempre à coroa de Espanha os grão-mestrados das Ordens de Santiago, Calatrava e Alcântara, tornando-se este um mero título hereditário dos reis de Espanha. Até então, o Grão-Mestre de Santiago era eleito pelo Conselho dos Treze, assim chamado por estarem presentes treze cavaleiros designados de entre os governadores e comendadores provinciais da Ordem. Em Portugal, a ordem começou também a actuar logo desde os seus primórdios, ainda no Reinado de Afonso Henriques, mas só teve maior visibilidade a partir do Reinado de Afonso II, e sobretudo, de Sancho II. Detiveram como sedes o castelo de Palmela e, depois, o de Alcácer do Sal, que se tornou sede da província espatária portuguesa. Foi mestre comendatário da Ordem em Alcácer o grande Dom Paio Peres Correia, que acabaria por chegar a Grão-Mestre da Ordem, em Uclés, mas não sem antes ter dado um valoroso contributo para a reconquista de Portugal. As suas forças, muitas das vezes lideradas por ele pessoalmente, conquistaram, entre 1234 e 1242, grande parte do Baixo Alentejo e do Algarve (Mértola, Beja, Aljustrel, Almodôvar, Tavira, Castro Marim, Cacela ou Silves); foi também com o auxílio desta Ordem que Afonso III consumou a conquista do Algarve, em 1249, tomando os derradeiros redutos muçulmanos de Faro, Loulé, Albufeira e Aljezur. Como recompensa, a Ordem foi agraciada, em territórios portugueses, com várias dessas terras do Alentejo e do Algarve, com a missão de as povoar e defender. A isso não é alheio, ainda hoje, o facto de muitas delas terem por orago Santiago Maior, e de nas suas armas figurar a cruz espatária. Chamada, mais tarde, Ordem de Santiago da Espada, constituiu-se em ordem honorífica em Portugal, da qual o chefe do Estado português se constitui o Grão-Mestre.




Ordem Soberana e Militar de Malta


A Ordem de Malta ou Cavaleiros Hospitalários (oficialmente Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta), é uma organização internacional católica que começou como uma ordem beneditina fundada no século XI na Palestina, durante as Cruzadas, mas que rapidamente se tornaria numa ordem militar cristã, numa congregação de regra própria, encarregada de assistir e proteger os peregrinos àquela terra e de exercer a Caridade. Tinha como padroeiro São João Esmoler (550-619), patriarca de Alexandria. Face às derrotas e consequente perda pelos cruzados dos territórios na Palestina, a ordem passou a operar a partir da ilha de Rodes, onde era soberana, e mais tarde desde Malta, como Estado vassalo do Reino da Sicília.


O nome completo oficial é Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, ou, em italiano, ‘Sovrano Militare Ordine Ospedaliero di San Giovanni di Gerusalemme di Rodi e di Malta’. Convencionalmente, é também conhecida como Cavaleiros Hospitalários ou Ordem de Malta. A ordem tem um grande número de conventos e associações locais ao redor do mundo, mas também existe um certo número de organizações com semelhantes nomes sonantes que não estão relacionados, incluindo diversas ordens que procuram capitalizar sobre o nome. Na heráldica eclesiástica da Igreja Católica Romana, a Ordem de Malta é uma das duas únicas (sendo a outra a Ordem do Santo Sepulcro), cuja insígnia pode ser exibida em um brasão de armas clerical (Leigos não têm nenhuma restrição). Por volta de 1099, alguns mercadores de Amalfi fundaram em Jerusalém, sob a regra de São Bento e com a indicação de Santa Maria Latina, uma casa religiosa para recolha de peregrinos. Anos mais tarde construíram junto dela um hospital que recebeu, de Godofredo de Bulhão, doações que lhe asseguraram a existência, desligou-se da igreja de Santa Maria e passou-se a formar congregação especial, sob o nome de São João Baptista. Em 1113, o Papa nomeou-a congregação, sob o título de São João, e deu-lhe regra própria. Em 1120, o francês Raimundo de Puy, nomeado grão-mestre, acrescentou ao cuidado com os doentes o serviço militar.


Assim é a origem da Ordem dos Hospitalários ou de São João de Jerusalém, designada por Ordem de Malta a partir de 1530, quando se estabeleceu na ilha do mesmo nome, doada por Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico. Ordem de aristocratas, nunca teve entre os seus cavaleiros pessoas que não pertencessem à fidalguia. O hábito regular consistia numa túnica e num grande manto negro, no qual traziam, pregada no lado esquerdo, uma cruz de ouro, com esmalte branco. Os hospitalários tomaram parte nas Cruzadas e tinham seu hospital em Jerusalém. Mesmo depois do fim das Cruzadas, a ordem continuou. A ordem enfrentou o Império Otomano em diversas batalhas, como a Batalha de Lepanto e o Cerco de Rodes. 


Inicialmente, na península Ibérica havia só uma sede (língua), a de Aragão, que englobava os reinos de Portugal, Leão, Navarra, Aragão e Castela. Em Portugal, entre os bens da ordem, tinha especial importância o Priorado do Crato. Os reis viram, receosos, crescer o poder dos Senhores do Crato, que se acentuou com a rebelião de Nuno Gonçalves contra a regência do Infante Dom Pedro (1392-1449). Dom João III de Portugal, por morte do Conde de Arouca, doou o Priorado a um membro da Família Real, o Infante Dom Luís, em 1528, que se intitulou Grão-prior. Então o Rei, com vista a futuros protestos, consegue do Papa Júlio III a bula pontifícia de 1551, que Dom António, filho natural do infante, fosse nomeado sucessor do pai. A Rainha Dona Maria I consegue do Papa a independência do Grão-mestrado de Malta e, poucos anos depois, o mesmo Papa decretou por bula em 1793 que, assim como pelo lado temporal o Grão-Priorado de Portugal ficaria isento de qualquer interferência de Malta, também pelo lado espiritual dependeria apenas da Santa Sé. Assim, Pedro IV de Portugal e Miguel I foram Grão-Priores do Crato. A ordem foi extinta em 1834 e os bens incorporados à Fazenda Pública. A Ordem de São João chegou à Alemanha durante os séculos XII e XIII, onde fundou um Grão-Priorado. Em 1530, uma secção do Grão-Priorado, a Bailia de Brandemburgo, aderiu à Reforma Protestante, sob a proteção dos Marqueses de Brandemburgo, que se tornariam Reis da Prússia. A bailia manteve relações amigáveis com a Ordem Soberana de Malta. Em 1811, a Bailia de Brandemburgo foi suprimida pelo príncipe da Prússia, que posteriormente fundou a Ordem Real Prussiana de São João como uma Ordem de Mérito. Em 1852, a ordem recuperou o nome de Bailia de Brandemburgo e se tornou uma nobre ordem da Prússia. A possessão mediterrânica de Malta foi capturada por Napoleão em 1798 durante a sua expedição para o Egipto. Este teria pedido aos cavaleiros um porto-salvo para reabastecer os seus navios e, uma vez em segurança em Valetta, virou-se contra os anfitriões. O Grão-Mestre Ferdinand von Hompesch, apanhado de surpresa, não soube antecipar ou precaver-se deste ataque, rapidamente capitulando para Napoleão. Este sucedido representou uma afronta para os restantes cavaleiros que se predispunham a defender a sua possessão e soberania. A ordem continuou a existir, compactuando com os governos por uma retoma de poder. O imperador da Rússia doou-lhes o maior abrigo de Cavaleiros Hospitalários em São Petersburgo, o que marcou o início da tradição russa dos Cavaleiros do Hospital e posterior reconhecimento pelas Ordens Imperiais Russas. Em agradecimento, os cavaleiros depuseram Ferdinand von Hompesch e elegeram o imperador Paulo I como Grão-Mestre que, após o seu assassinato em 1801, seria sucedido por Giovanni Battista Tommasiem Roma, restaurando o Catolicismo Romano na ordem. No início da década de 1800, a ordem encontrava-se severamente enfraquecida pela perda de priores em toda a Europa. Apenas 10% dos lucros chegavam das fontes tradicionais na Europa, sendo os restantes 90% provindos do Priorado Russo até 1810, facto cuja responsabilidade é parcialmente atribuída pelo governo da ordem, que era composta por tenentes, e não por grão-mestres entre 1805 e 1879, até o Papa Leão XIII restaurar um Grão-Mestre na ordem, Giovanni a Santa Croce. Esta medida representou uma reviravolta no destino da ordem, que se tornaria uma organização humanitária e cerimonial. Em 1834, a ordem, reactivada, estabeleceu nova sede em Roma e foi, a partir daí, designada como Ordem Militar Soberana de Malta. Superiormente a ordem era chefiada pelo grão-mestre, com o título eclesiástico de cardeal e secular de príncipe.


O grão-mestre era coadjuvado por sete "bailios conventuais". Cada bailio conventual, além de exercer uma função específica na administração central da ordem (comendador, marechal, almirante, etc.), era o presidente ou governador de cada uma das grandes divisões territoriais em que ela se encontrava dividida (cada uma dessas divisões era chamada língua ou nação). As línguas e os seus respectivos bailios conventuais eram as seguintes:

I - Língua da Provença
Presidida pelo grão-comendador, responsável pela superintendência dos celeiros.
Subdividia-se em:

1.      Grão-priorado de Santo Egídio.

2.      Grão-priorado de Toulouse.

3.      Baliagem capitular de Manoasca.

II - Língua de Alvérnia
Presidida pelo marechal, responsável pelo comando das forças militares da Ordem.
Subdividia-se em:

1.      Grão-priorado de Alvérnia;

2.      Baliagem de Daveset;

III - Língua da França
Presidida pelo hospitalário, responsável pela administração do hospital da ordem. O bailio conventual desta língua também tinha o cargo de tesoureiro geral.
Subdividia-se em:

1.      Grão-priorado da França.

2.      Grão-priorado da Aquitânia.

3.      Grão-priorado de Champanhe.

4.      Baliagem capitular da Morea.

IV - Língua de Itália
Presidida pelo almirante, responsável pelo comando das forças navais da Ordem.
Subdividia-se em:

1.      Grão-priorado de Roma.

2.      Grão-priorado da Lombardia.

3.      Grão-priorado de Veneza.

4.      Grão-priorado de Pisa.

5.      Grão-priorado de Barleta.

6.      Grão-priorado de Messina.

7.      Grão-priorado de Cápua.

8.      Baliagem capitular de Santa Eufémia.

9.      Baliagem capitular de Santo Estevão.

10.    Baliagem capitular da Trindade de Veneza.

11.    Baliagem capitular de São João de Nápoles.

V - Língua de Aragão, Catalunha e Navarra
Presidida pelo grão-conservador, responsável pela superintendência do fardamento dos soldados.
Subdividia-se em:

1.      Grão-priorado da Castelania de Amposta.

2.      Grão-priorado da Catalunha.

3.      Grão-priorado de Navarra.

4.      Baliagem capitular de Maiorca.

5.      Baliagem capitular de Caspe.

VI - Língua da Alemanha
Presidida pelo grão-balio, responsável pela cidade antiga de Malta e pelo castelo de Gozo. Subsdividia-se em:

1.      Grão-priorado da Alemanha.

2.      Grão-priorado da Boémia.

3.      Grão-priorado da Hungria.

4.      Grão-priorado da Dácia.

5.      Baliagem capitular de Brandeburgo.

VII - Língua de Portugal, Castela e Leão
Presidida pelo grão-cancelário, servindo de Secretário de Estado e coadjuvado por um vice cancelário.
Subdividia-se em:

1.      Grão-priorado do Crato.

2.      Grão-priorado de Leão e Castela.

3.      Baliagem de Leça.

4.      Baliagem do Acre.

5.      Baliagem de Lango.

6.      Baliagem de Negroponte.


Vários autores remontam a sua existência em terra portuguesa ao período final do governo de Dona Teresa. Segundo Rui de Azevedo, entre 1122 e 1128 a Rainha Dona Teresa teria concedido aos freires desta Ordem o mosteiro de Leça do Balio, sua primeira casa capitular. A carta de couto e privilégios outorgados à Ordem do Hospital em 1140 por Dom Afonso Henriques atesta a importância que já então teria.



Em 1194, Dom Sancho I doou aos cavaleiros de São João do Hospital a terra de Guidintesta, junto ao Tejo, para aí construírem um castelo, o qual o monarca, no acto de doação denominou de Castelo de Belver.


Dom Sancho II em 1232 doou-lhe os largos domínios da terra que, por essa altura, recebeu o nome de Crato, onde os freires fundaram uma casa que se tornou célebre. O superior português da Ordem dos Hospitalários era designado pelo nome de prior do Hospital, e a partir de Dom Afonso IV por ‘Prior do Crato’. Não consta que por esse tempo tivessem os Cavaleiros do Hospital mosteiro de freiras, embora tivessem fratrissas que usavam hábito e viviam em suas casas. O primeiro mosteiro de freiras hospitalário foi fundado em Évora, em 1519, por Dona Isabel Fernandes, e mais tarde transferido para Estremoz pelo Infante Dom Luís, quando este filho de Dom Manuel I foi Prior do Crato. Por alvará de 1778, foram-lhes confirmadas todas as aquisições de bens de raiz feitas no Reino e permitiu-se que os cavaleiros sucedessem a seus parentes por testamento, no usufruto de quaisquer bens que não fossem da coroa ou vinculados em morgado, revertendo por morte destes para as casas de onde tinham saído. A ordem foi extinta pelo diploma de 1834 que extinguiu todos os conventos de religiosos.

Lista dos Grão-mestres Século XI-XIX

•        The Blessed Gerard (1099-1120)

•        Raymond du Puy de Provence (1120-1160)

•        Auger de Balben (1160-1163)

•        Arnaud de Comps (1162-1163)

•        Gilbert d'Aissailly (1163-1170)

•        Gastone de Murols (c. 1170-1172)

•        Gilbert of Syria (1172-1177)

•        Roger de Moulins (1177-1187)

•        Hermangard d'Asp (1187-1190)

•        Garnier de Naplous (1190-1192)

•        Geoffroy de Donjon (1193-1202)

•        Dom Afonso (1203-1206) (português)

•        Geoffrey le Rat (1206-1207)

•        Guerin de Montaigu (1207-1228)

•        Bertrand de Thessy (1228-1231)

•        Guerin de Montaigu (1231-1236)

•        Bertrand de Comps (1236-1240)

•        Pierre de Vielle-Bride (1240-1242)

•        Guillaume de Chateauneuf (1242-1258)

•        Hugues de Revel (1258-1277)

•        Nicolas Lorgne (1277-1284)

•        Jean de Villiers (1284-1294)

•        Odon de Pins (1294-1296)

•        Guillaume de Villaret (1296-1305)

•        Foulques de Villaret (1305-1319)

•        Helion de Villeneuve (1319-1346)

•        Dieudonné de Gozon (1346-1353)

•        Pierre de Corneillan (1353-1355)

•        Roger de Pins (1355-1365)

•        Raymond Berenguer (1365-1374)

•        Robert de Juliac (1374-1376)

•        Jean Fernandez de Heredia (1376-1396)

•        Riccardo Caracciolo (1383-1395) Grão-Mestre rival

•        Philibert de Naillac (1396-1421)

•        Antonio Fluvian de Riviere (1421-1437)

•        Jean de Lastic (1437-1454)

•        Jacques de Milly (1454-1461)

•        Piero Raimondo Zacosta (1461-1467)

•        Giovanni Battista Orsini (1467-1476)

•        Pierre d'Aubusson (1476-1503)

•        Emery d'Amboise (1503-1512)

•        Guy de Blanchefort (1512-1513)

•        Fabrizio del Carretto (1513-1521)

•        Dom Filippo Cavalcanti, cavaleiro florentino (1525-nascimento)

•        Philippe Villiers de L'Isle-Adam (1521-1534)

•        Piero de Ponte (1534-1535)

•        Didier de Saint-Jaille (1535-1536)

•        Jean de Homedes (1536-1553)

•        Claude de la Sengle (1553-1557)

•        Jean Parisot de la Valette (1557-1568)

•        Pierre de Monte (1568-1572)

•        Jean de la Cassiere (1572-1581)

•        Hugues Loubenx de Verdalle (1581-1595)

•        Martin Garzez (1595-1601)

•        Alof de Wignacourt (1601-1622)

•        Luis Mendes de Vasconcelos (1622-1623) (português)

•        Antoine de Paule (1623-1636)

•        Juan de Lascaris-Castellar (1636-1657)

•        Antoine de Redin (1657-1660)

•        Annet de Clermont-Gessant (1660)

•        Raphael Cotoner (1660-1663)

•        Nicolas Cotoner (1663-1680)

•        Gregorio Carafa (1680-1690)

•        Adrien de Wignacourt (1690-1697)

•        Ramon Perellos y Roccaful (1697-1720)

•        Marc'Antonio Zondadari (1720-1722)

•        António Manoel de Vilhena (1722-1736) (português)

•        Raymond Despuig (1736-1741)

•        Manuel Pinto de Fonseca (1741-1773) (português)

•        Francisco Ximenes de Texada (1773-1775)

•        Emmanuel de Rohan-Polduc (1775-1797)

•        Ferdinand von Hompesch zu Bolheim (1797-1799)

•        Paulo I da Rússia (1798-1801) de facto

•        Giovanni Battista Tommasi (1803-1805)

•        Innico Maria Guevara-Suardo (1805-1814) Tenente

•        André Di Giovanni (1814-1821) Tenente



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